Dá Tempo ao Tempo

08-09-2013 16:25

Estreia nos cinemas portugueses a 31 de Outubro mas como me encontro em Inglaterra já tive a oportunidade de assistir a este magnífico filme.

“Uma nova e divertida comédia sobre o amor… Com algumas viagens no tempo.” Juntamente com esta descrição mencionam que o filme é do mesmo criador de “O Amor Acontece; Notting Hill e Quatro Casamentos e Um Funeral”. Eu estava curiosa para ver este filme, gostei dos outros do mesmo criador e apesar de achar que seria apenas outro romance, a actriz Rachel McAdams chamou-me à atenção, admiro o trabalho dela. Tendo por base a descrição do filme, eu pensei, e julgo que todos pensam o mesmo, trata-se de apenas um romance. Mas não é apenas um romance, é muito mais que isso. É uma lição de vida.

Fiquei positivamente chocada quando o filme terminou, nunca esperei que o filme fosse tão espectacular. A reacção das pessoas à minha volta deixou-me um pouco triste, não por mim própria ou pelo filme mas por eles, eles não perceberam. Assistiram a um filme por cerca de duas horas e a única coisa que captaram foi a história de amor em si, nada mais. Senti pena de todas aquelas mentes fechadas, eles podem não se aperceber mas a vida real passa-lhes ao lado e eles simplesmente não conseguem ver isso, e não conseguirão enquanto não abrirem as suas mentes para isso.

O filme conta a história de Tim e Marry e de como viajar no tempo afecta a vida deles. Tim é um rapaz tímido ruivo com dificuldades na vida amorosa. Quando ele faz 21 anos o pai revela-lhe o segredo de família: todos os homens da família conseguem viajar no tempo. Não para o futuro que ainda não aconteceu mas para o passado ao usarem a sua memória para regressar a um determinado momento e alterar a vida deles. Tim é confrontado com esta verdade irreal e a questão que se coloca é: Que irá ele fazer com este poder? O seu primeiro pensamento é usar o poder para ficar rico mas o seu pai aconselha-o a optar por algo significante, algo que realmente torne a vida de Tim como ele deseja, e então ele opta pelo amor. No fim, Tim apercebe-se de que ele não precisa de usar o seu poder porque ele aprendeu para que ele servia. Esse poder de viajar no tempo ensinou-lhe a apreciar a vida e a prestar atenção aos simples detalhes do dia-a-dia. E, apesar de ainda poder continuar a usar o seu poder e reviver o mesmo dia, ele já não sente necessidade de o fazer porque ele aprendeu a desfrutá-lo por completo da primeira vez.

O que aprendi com este filme, e espero que mais pessoas também, é que apesar de não podermos voltar atrás no tempo e mudar o nosso passado podemos prestar mais atenção aos nossos dias no presente e encontrar maior significado. Não deveríamos simplesmente passar os dias, devíamos realmente vivê-los, aproveitar e desfrutar de cada um deles. Por isso deixo-vos um desafio, no final de cada dia anotem num papel como foi o vosso dia. Será que foi stressante? Aborrecido? Divertido? Agora regressem no vosso pensamento, revivam na vossa mente todo o vosso dia, pensem em todos os detalhes que vos possam ter escapado pelo simples passar do dia, será que a resposta ainda é a mesma? Aposto que não ;)

Estamos tão acostumados a simplesmente deixar passar os dias que nos esquecemos de realmente vivê-los. Não temos oportunidade de viver duas vezes o mesmo dia, por isso devemos fazer cada dia valer a pena. Cada dia contém tudo e nós é que escolhemos o que captamos de cada dia. O dia no escritório foi stressante? Talvez mas será que reparam na jovem simpática que cedeu o ser lugar para que outra pessoa se pudesse sentar? Será que repararam no rapaz da caixa que o atendeu de forma tão simpática e prestável? Será que repararam no quanto os seus filhos desfrutaram das brincadeiras no parque? Que mais não têm reparado nas vossas vidas?

Milhares de pessoas viram e irão ver este filme e muitas opiniões serão lançadas, mas esta é a minha opinião e o que eu aprendi com este magnífico filme.