Comunicação
O que é comunicação? Comunicação não se limita a simples palavras. Comunicamos até mesmo quando não pronunciamos ou escrevemos qualquer palavra. Comunicação é a maneira de nos relacionarmos com as pessoas e de expressarmos as nossas emoções. Para percebermos o quão importante é temos de perceber os diversos factores que influenciam a comunicação, são eles a linguagem verbal, vocal e corporal.
Linguagem Verbal: divide-se em dois tipos, sonora (falada) e visual (escrita), está relacionada com a comunicação expressa por palavras ou símbolos.
Linguagem Vocal: transmitida através de factores como o tom de voz, velocidade, ritmo, volume e entoação.
Linguagem Corporal: está relacionada com as expressões faciais, gestos, postura, proximidade entre os intervenientes (emissor e receptor), entre outros factores.
Ao percebermos os diferentes tipos de linguagem somos capazes de interpretar melhor a mensagem. Numa conversa podemos perceber que a mensagem não é verdadeira, não apenas pelo conhecimento dos factos mas pela linguagem física do emissor. Por exemplo, um treinador que diz aos seus jogadores que está convicto de que irão sair vitoriosos daquela partida, mas que o faz com um tom de voz baixo e ombros descaídos, facilmente se percebe que não está a ser sincero nas suas palavras, logo a sua mensagem falada está a ser incoerente com a mensagem corporal e verbal transmitida. Ou seja, não só é importante a escolha das palavras mas a forma como as dizemos e a postura que adoptamos.
Quando falamos com pessoas que já conhecemos há muito tempo, por exemplo, um grande amigo, facilmente nos apercebemos quando esse amigo não está a ser sincero, há quem diga que é intuição mas na realidade é simplesmente o nosso subconsciente que reconhece os sinais da outra pessoa e que repara quando algo não corresponde. Conscientemente conhecemos essa pessoa com base no que ela nos diz, mas o nosso subconsciente conhece essa pessoa pelo que ela faz, reconhece-a com base nas suas atitudes e gestos.
Muitos destes processos de linguagem são-nos muitas vezes inconscientes, não nos apercebemos que os fazemos mas estão sempre presentes. O sucesso de uma boa comunicação, além dos factores acima mencionados, passa pelo respeito dos diversos tipos de culturas ou religiões. Também se deve ter em atenção que, a linguagem gestual, pode ter diferentes significados consoante as zonas ou países.
Apesar de todos estes aspectos influenciarem o modo como transmitimos a mensagem e por consequente a forma como é entendida pelo receptor, cada pessoa pode captar da mensagem o que entender. Ou seja, o mesmo texto é susceptível de várias interpretações até mesmo por parte do mesmo receptor.
“Comunicação não é o que você fala, mas o que o outro compreende do que foi dito" – Claudia Belucci
Por exemplo, numa discussão os intervenientes não ouvem o que o outro diz, limitam-se a pensar no próximo argumento para vencer a discussão; ouvem o que querem ouvir ou o que pensam que a outra pessoa vai dizer e não o que realmente é falado. É frequente nas discussões haver um volume de voz elevado e até mesmo por vezes um tom agressivo. Não é o tom de voz ou o volume que determinam quem tem razão na discussão, embora se crie essa falsa ideia de: superioridade = voz elevada e tom autoritário.
“Não adianta explicar quando o outro está decidido a não entender” – autor desconhecido
Uma discussão é, na minha opinião, uma argumentação válida do ponto de vista de cada um dos intervenientes, onde todos devem realmente ouvir e perceber as palavras de cada um. Discutir não é simplesmente falar tudo o que se acha que tem de se dizer e pronto, não é gritar, não é querer achar-se superior a ninguém, é simplesmente conversar. Acredito que o essencial para se viver em harmonia é uma boa comunicação.
"A solução do problema está na comunicação." – João Vitor Rocha
Sempre ouvi dizer que para percebermos se alguém está realmente a ser sincero devemos olhar essa pessoa nos olhos porque os olhos são o espelho da alma. Percebo agora que isso é apenas uma maneira vulgar de dizer que devemos prestar atenção aos tais sinais inconscientes (movimento dos olhos, gestos, expressões faciais, tom de voz, volume, entre outros). No fundo, é apenas uma maneira de nos dizerem para ouvirmos além das palavras.
Além destes factores a escolha das palavras também é importante. Existem muitas palavras sinónimas e que se podem e devem utilizar de forma a adaptar a cada tipo de conversa. A conversa deve ser adaptada à pessoa a que se dirige. A escolha correcta das palavras facilita não só a transmissão da mensagem como evita eventuais desentendimentos.
“O mais importante não é a resposta mas sim a maneira como se faz a pergunta”, tive um professor que me disse estas palavras e na altura não percebi o que ele queria dizer com isto, agora sei o seu significado. Fazemos a pergunta em função da resposta que queremos ouvir, daí ser importante a escolha das palavras.
A linguagem vocal e a corporal são muitas vezes sinais que emitimos inconscientemente enquanto a linguagem verbal é um processo completamente consciente. Todos nós podemos ter maior controlo sobre o nosso lado subconsciente desde que lhe prestemos mais atenção, o motivo porque é inconsciente é simplesmente porque nem nos apercebemos desses detalhes, que parecem tão insignificantes mas que na realidade são essenciais. Se realmente lhes prestarmos atenção podemos ter maior controlo sobre eles e emitir melhor os sinais em função do que queremos transmitir.
Todos estes tipos de linguagens são importantes para o sucesso da comunicação, sendo que a linguagem que tem maior impacto na comunicação é a não-verbal. Estudos indicam que esta linguagem (não-verbal), corresponde a mais de 50%. Seguida da linguagem vocal e só então a linguagem verbal (linguagem falada ou escrita). Ou seja, o processo de comunicação é efectuado maioritariamente por linguagem inconsciente.
Comunicação é muito mais que dizer palavras. Aprendendo a realmente escutar e observar os outros aprendemos a verdadeiramente comunicar.
“Quem não conhece o valor das palavras muito menos conhecerá o valor da comunicação e do Pensamento.” – Alvaro Granha Loregian
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