Amor e estereótipos

31-07-2013 22:32

Como já mencionei antes em outros artigos, eu acredito que todos nascemos a saber amar e que o amor é o sentimento mais forte que temos dentro de nós. Apesar de, por vezes, nos deixarmos levar por outros caminhos, o amor continua sempre lá à espera de ser escolhido. Amamos com o nosso coração e não com os nossos olhos, então porque pomos tantos obstáculos entre os nossos olhos e o nosso coração? Porque complicamos sempre tudo? A vida é simples, complicados somos nós.

A sociedade define as regras e temos de viver de acordo com elas, pelo menos é isso que nos ensinam, mas o que é a sociedade? Sociedade és tu, sou eu, somos todos nós. Então isso significa que nós é que definimos as regras e nós é que somos os responsáveis. A sociedade, e com isso quero dizer nós, definimos as regras para nos impedirmos de ser nós próprios. Tudo é definido por padrões: escola, trabalho, carro, relacionamento, casamento, filhos, aparência, religião, sexualidade, conta bancária… é como se nascêssemos com o caminho traçado, tudo definido como deveria ser para que possamos fazer parte da sociedade. Por vezes penso que estamos a tentar impedirmo-nos de ser humanos. São as nossas diferenças que nos tornam especiais então porque estamos a forçar todas as pessoas a ser iguais? Para que servem os padrões? A única coisa que vejo acontecer por causa deles é pontes entre as pessoas, as pessoas afastam-se umas das outras. Se nos enquadramos nos padrões fazemos parte da sociedade, se não nos enquadramos então não fazemos, que lógica é essa? Ignorância é apenas uma desculpa; padrões e estereótipos são apenas um disfarce para o preconceito e o desrespeito. Todos somos importantes, todos somos diferentes, cada um de nós tem as suas próprias ideias e cada um de nós tem os seus próprios desejos. Aquilo que te faz feliz pode não me fazer a mim, então qual é o objectivo dos padrões? Temos de fingir ser quem não somos para que possamos fazer parte da sociedade, qual é a lógica disso? Eu não vejo lógica nenhuma.

“Tristes tempos… É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito” – Albert Einstein

Eu não pretendo desrespeitar ninguém mas acima de tudo não quero desrespeitar-me a mim. Porque haveria eu de fingir gostar e fazer algo que não quero só porque se encaixa nos padrões? Porque haveria eu de fingir ser quem não sou só para agradar aos outros? Existe apenas uma pessoa a quem tenho de agradar, eu mesma. As pessoas falam muito em respeito mas acho que não sabem o que realmente significa. Deixámos de ver as pessoas como elas são para ver apenas o que aparentam ser e simplesmente rotulá-las com um estereótipo. Deixámos de tentar conhecer alguém, agora simplesmente assumimos conhecer. Somos aquilo que fazemos e não aquilo que aparentamos ser. Todos queremos ser respeitados mas nem todos somos capazes de respeitar os outros. Como podemos querer ser respeitados se não respeitamos os outros e por vezes nem nós próprios? 

“Eu não estou preocupado com o seu gostar ou não gostar de mim… tudo o que peço é que você me respeite como ser humano.” – Jackie Robinson

Afirmamos querer evoluir mas recusamos fazer mudanças, como será possível então? Porque continuamos a não acreditar em nós próprios? Porque continuamos a deixar as coisas simplesmente acontecerem e não agimos? Dizer que não concordamos é uma coisa, realmente fazer algo é outra; não faz diferença nenhuma gritar a todo o mundo que nos sentimos infelizes se não fazemos nada para mudar isso. A verdade é que somos infelizes por cobardia, e sim, se nós não fazemos nada para mudar isso, merecemos. Merecemos o que obtemos e obtemos o que queremos. Por isso temos de começar a acreditar mais em nós próprios e a conseguir o que queremos, mas não é só pensar naquilo que queremos mas realmente acreditar e lutar por isso, independentemente de tudo o resto.

“Sermos um, sermos unidos é uma coisa fantástica. Mas respeitar o direito de sermos diferentes é talvez ainda mais.” – Bono

Eu acredito na honestidade, acredito no respeito e acredito no amor, acredito muito sinceramente. Eu acredito em nós e acho que acreditar é o que nos falta, acreditar em nós próprios, pensar “outside the box” independentemente do que os outros possam pensar, sermos apenas nós mesmos e sermos felizes. Deixemos cair os padrões e os estereótipos e simplesmente vivamos, amemo-nos e respeitemo-nos uns aos outros. Posso ser uma incurável crente no amor, mas sou feliz assim :D

Outros artigos: Destino; Rotina; Diferença entre ser contra ou a favor